sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Palhaço Pagliacci, a metáfora da vida real


Bem leitores, havia algum tempo que eu não postava nada por aqui (e botem tempo nisso). O último post foi em março desse ano. Para não finalizar o ano sem postar nada, resolvi escrever sobre a história do palhaço pagliacci, que embora fictícia, retrata pra mim, uma metáfora da vida real. E exatamente por esse motivo, me inspirou a escrever esta reflexão e uma letra para minha banda com o mesmo título "pagliacci", que hoje se tornou uma bela canção.



Eis a história:


"Um homem vai ao médico e diz que está deprimido, que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador, onde o que se anuncia é vago e incerto.

O médico diz: - O tratamento é simples: o grande palhaço Pagliacci está na cidade esta noite, vá ao show, isso deve animar você.

O homem então começa a chorar copiosamente e diz:
- Mas, doutor.. eu sou o Pagliacci."


Reflexão

Após este prólogo, vocês poderão entender o que realmente quero dizer quando me refiro a história do palhaço pagliacci como uma metáfora da vida real.

A questão é o ver "além" desta nobre história, explico-os: nesta história, para mim, existe uma forte correlação com a vida de nós seres humanos que vivem duas vidas. Um dualismo que cria ''dois seres" em um mesmo ser. Na verdade, já pararam pra pensar que todo mundo tem um ''pagliacci'' dentro de si, ou melhor, todo mundo tem um ''palhaço'' dentro de si? Que ali, naquela exatidão se sente perfeitamente bem, mas quando para e olha para si mesmo, vê que nada daquilo faz ou fazia sentido, vê que tudo não passou de capas revestidas de transparências? Esta história e esta reflexão (assim como a letra da minha banda refletida nesta história) têm juntas a proposta de trazer para as pessoas questionamentos individuais de "quem é você?", ou seja, meio que auto-questionamento, um "espelho de si mesmo". Somos todos palhaços que ao olharmos para si, choramos ao ver o tamanho da nossa imperfeição.


Agora, segue a letra da minha banda intitulada "pagliacci" e refletida nesta história:

Pagliacci
(Iago Barreto)

A celebração se inicia com o ato
Vestindo sua máscara, revelando seu sorriso
E as pinturas condizem a mesma contradição (contradição)
Que está exposta em seus punhos (tão vazios)

Na criação de dois mundos semi perfeitos,
Como dois locais opostos habitados pelo mesmo indivíduo

Construindo pontes, e as rompendo
Como sonhos que se vão à metade do tempo

Tão cheio e tão vazio em seus anseios pessoais
Os dois lados da moeda não se atraem

Construindo pontes, e as rompendo
Como sonhos que se vão à metade do tempo

Os aplausos já não bastam
Os tambores também não
Nem a pintura, e nem os sorrisos
Pois tudo é tão vão (tão vazio)


-

Após essa reflexão, perfeitamente compreensível, não? Agora que incentivei o auto-questionamento dentro de vocês, trabalhem-o e façam jus a essa reflexão.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Hardcore e Moralismo

Há algum tempo eu não postava por aqui, mas como vocalista e apaixonado vertente do rock "hardcore", venho trazê-los um questionamento.

O Hardcore é um estilo musical proveniente da cultura punk, ou contra-cultura, ligada diretamente ao ativismo, à contestação social, à exposição das mazelas da sociedade, ao embate individual e ao questionamento em geral.

Com o passar do tempo, o Hardcore perdeu um pouco da essência crítica, pois antes além de crítico era ligado ao ativismo, em que as pessoas ligadas ao movimento saíam nas ruas, contestando a situação que os desagradava, inclusive correndo sérios riscos de serem espancados pela polícia, ou mesmo até presos.

Com o tempo ocorreu o que me convém chamar de ''marasmo moral'', em que mesmo o tom crítico das letras permanecendo, passou a haver a falta do ativismo, e as palavras passaram a ser somente palavras, daí o "marasmo moral" ao qual me referi anteriormente.

Hoje em dia o sentindo do "hardcore" meio que se perdeu, não só pela falta do ativismo no geral, como também pelo fato de que as bandas que ainda trazem alguma essência no som, ou seja, letras críticas, acabam no marasmo moral, nas palavras por palavras.. além do mais as bandas do estilo hoje em dia, são muito confundidas pelas pessoas com bandas do estilo ''emo'', ou ''emocore'', principalmente pelos leigos no assunto, o que contribuiu de forma negativa pro entendimento e engrandecimento do estilo, visando a real mudança.

Meu intuito neste post é questioná-los: Hardcore, real intenção de mudar ou apenas palavras por palavras (falso moralismo)?