domingo, 20 de novembro de 2011

Valor e Desvalor


Tenho pensado muito a respeito disso nos últimos meses, demorei, mas finalmente resolvi postar a respeito.

Uma tendência natural do ser humano é: quanto mais valoriza, mais é desvalorizado. E quanto menos valoriza, mais é valorizado. São elementos inversamente proporcionais. Lendo assim parece uma parada meio "sacal". Obviamente, não é preciso ser nenhum "expert" pra regidir a respeito, mas é preciso refletir sobre isso. Vivenciei muitas coisas na vida que me provaram isso. Aliás, todas as pessoas já viveram ambas as situações algum dia e já deviam ter tomado essa conclusão, embora eu acredite que a maioria das pessoas já tenha tomado.

Cansei de esbanjar atenção, carinho, ser o "bom moço", e fazer tudo que alguém quiser. Isso abre margem para o desvalorizamento. Não que eu tenha cansado no sentido de ter desistido de ser uma pessoa assim (a essência permanece). Agora, criei um certo bloqueio. Só dá pra ser assim quando há reciprocidade, e portanto, nenhum problema em relação ao "desvalor". Diríamos que criei uma certa imunidade.

Em contrapartida, observei situações em que o desvalor foi cultivado e o outro lado, a pessoa que foi desvalorizada, supervalorizou-o. E comigo sempre foi assim, principalmente no âmbito de valorizar demais e ser desvalorizado. Contudo, quando vamos adquirindo certa maturidade, vamos enxergando as coisas com mais clareza, com mais objetividade, com mais sutileza, analisando as possiblidades que cada contexto nos remete, passando a agir com maior discernimento. E assim vamos deixando a inocência e a ingenuidade e passamos a agir conforme as pessoas agem conosco.

Algo que precisa ser refletido também são as "projeções". Projeções de seres perfeitos que habitualmente criamos, gente: seres perfeitos não existem! O ser humano é imperfeito por natureza. Essas "projeções" de seres perfeitos acabam fazendo com que cultivemos o "valor exagerado" e com ele vem a ilusão, e acabamos sendo desvalorizados. Portanto, pés no chão.

Pense duas vezes antes de valorizar outrém. Espere o mínimo de reciprocidade. Não doe seu coração, se não tiver a certeza que ele quer ser minimamente recebido. Valorize quem te valoriza (ao seu modo). Não valorize quem não te valoriza. Aguarde, seu tempo chegará.

domingo, 24 de abril de 2011

Unidade


Eu não costumo postar nesse blog habitualmente, só quando algo atinge meu ego, de forma a me gerar uma necessidade de escrever. E aqui estou, porque esse assunto me atingiu de forma tal, em um contexto da minha vida.

Então, vamos lá: unidade provém de união, e união quer dizer se unir em prol de algo. Quando uma ou mais vontades se unem em prol de alguma coisa, então podemos chamar de "unidade". Seja em um contexto familiar, em um contexto afetivo, em um contexto de amizade, ou em um contexto qualquer, em que algumas pessoas visem se associar para produzir algo que dê trabalho, mas que gere alguma conseqüência positiva. Eis o significado de unidade.

Contudo, em muitas ocasiões, em que, por exemplo, uma pessoa perde o foco, ela deixa de produzir na mesma freqüência que as demais, a unidade deixa de existir, e o objetivo se torna mais distante. Em um namoro, por exemplo, quando uma das duas partes começa a deixar o foco "ficarmos juntos e sermos felizes", o namoro começa a desgastar e perde a unidade, até perder sua essência e chegar ao fim. O mesmo processo ocorre com os demais processos que envolvem uma "unidade". Quando pessoas estão dentro de um processo visando conquistar algo, e associando seus "braços", isso também é considerado um processo de unidade. São diferentes opiniões construindo consenso, em prol de um mesmo objetivo. Porém, quando uma, ou mais pessoas deixa o foco de lado, esse processo de unidade vai se desfazendo aos poucos, e como no exemplo do namoro, ao tempo que vai se desfazendo, vai perdendo sua essência, até se esvair.

O que eu quero dizer com tudo isso? Simples: onde há unidade, haverá êxito! Haverá vitória, haverá sucesso, mesmo que à longo prazo. Quando a unidade começa a se desfazer a partir de uma peça, esqueça! É que nem quebra-cabeça, vai se desfazer e acabar. A não ser que.. você tenha o "plano b", uma peça de reposição, alguém que queira adentrar no processo de "unidade" para produzir tão quão os demais, mas aí já é mais difícil. Recado dado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Controle de Fluxo


Falo sobre isso com um leiguismo tão grande quanto o de qualquer pessoa que esteja lendo isto neste momento. Apenas me baseio por vivências, e um pouco que sei relacionado ao assunto. O auto-controle ou "Controle de Fluxo", aqui assim citado é algo inerente a todos nós seres humanos, mas nunca fácil de lhe dar.

Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação, como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Situações ocorrem e nós estamos indo a todo vapor, para onde não sabemos. É o mesmo que estarmos livres, num vôo solitário, sem saber para onde vamos. É quando seu pensamento fala com você e te gere um leque de indagações: Se não agora, quando? Se não você? Então, quem? É simplesmente como vivemos. Tudo de uma só vez, fazendo com que tudo se misture: sentimentos, desejos, anseios.. e acabamos (em alguns casos) até criando bloqueios. Viver é bem difícil, e mais difícil ainda quando além de não sabermos como agir, não sabermos exercitar o auto-controle. Tentamos prever como será tudo que condiz nossa própria vida, criamos uma ânsia incontrolável. Não controlar formas de agir e muito menos de pensar dizem respeito diretamente a ausência do auto-controle. É como sempre controlar seus passos, planejar seus atos, ou tudo isso associado como um monte de sensações próprias misturadas e jogadas pra você viver e controlar sem saber nem ao menos por onde começar. É tudo sobre como evitar a dor. Não dá pra manter o jogo sem falhar. O auto-controle está diretamente associado ao erro. Você é como uma máquina, porém uma máquina que fala, que sente, que pensa, que age, que tem sensações, que tem sentimentos, que vive! Contudo é difícil de lhe dar com toda essa vivência e exatamente por isso precisamos exercitar o auto-controle.

Há uma situação em que é essêncial a prática do auto-controle. Situações diretamentes associadas ao instinto de ser humano. O ser humano é instintivo por natureza, logo, acaba por praticar atos impesáveis, os justificando através do instinto. É justamente nesse momento, e na sua repetição, que é necessário praticá-lo, pois a ausência de controle, nos causa danos. Outra situação em que o controle de fluxo se agrava e se torna ausente é dentro de uma relação afetiva. Quando se gosta de alguém, muitas vezes a emoção sobrepõe a razão gerando um deseqüilíbrio perceptível, a ponto de você muitas vezes não se controlar, e acabar se rebaixando para quem você gosta, pelo simples fato de querer "manter tudo bem". O outro lado sempre vai te mostrar pretextos que mostram apenas as "costas", para te manter próximo. E você sempre irá tentar apaziguar as coisas, se rebaixando, pra que tudo fique bem. É nesse momento que ocorre a ausência do auto-controle. É preciso exercitá-lo.

Algo importante que vale ser ressaltado: a mudança surge a partir do momento que assumimos pra nós mesmos que estamos errados. E isso faz parte do auto-controle. Julgar estarmos certos sempre está intimamente ligado a não termos o controle de nós mesmos, do que é certo ou errado. É necessário dicernimento, e assumir os próprios erros, ouvir a opinião dos outros. É fazer com que a prática não negue a teoria. Isso em suma é o auto-controle.

Quando eu disse que o exercício do auto-controle é difícil eu estava querendo tornar claro que é muito mais difícil quanto aparenta ser, pois engloba uma série de fatores. É necessário saber controlar um pouco de tudo, dos seus desejos, dos seus anseios, de suas vontades, de suas relações, de suas amizades, de sua família. Não é fácil, porém, todos nós temos uma fuga diferente. Desejamos ser livres, o que pode nos impedir de tentar? (Essa liberdade está diretamente ligada ao nosso modo de pensar).