
Como se sabe o Colligere acabou desde o dia 30 de novembro de 2008, oportunidade na qual fez seu último show (com a banda gringa Comeback Kid). Como na época eu não tinha blog, utilizei-me do meu fotolog pra noticiar o triste fato e expressar meu sentimento em relação a banda (e coisas mais..).
Eis o texto:
Venho trazê-los a triste notícia do fim de uma das maiores bandas de hardcore do Brasil, fim do Colligere. Poucos conhecem, entretanto muitos já devem ter ouvido falar, raros conhecem a fundo. O Colligere esteve entre as bandas que, com muita personalidade e dificuldade, conseguiram manter-se no underground. Personalidade por não mudarem sua sonoridade e principalmente o conteúdo de suas letras, e dificuldade por não terem nenhum incentivo e mesmo assim conseguir fazer mu

itos shows, viagens e mostrar o seu som para diversas pessoas. É de fato impressionante como excelentes bandas acabam, enquanto do outro lado observamos bandas que não nos trazem absolutamente nada, com milhares de fãs e no auge do sucesso.
O Colligere indubitavelmente contribuiu para o que sou hoje, para a formação da minha personalidade e caráter, para enaltecer a minha visão crítica das coisas. As letras me ensinaram bastante, e eu sempre as busco, pois são fortes críticas mescladas com poesia em que a crítica se associa a poesia através de metáforas (inclusive esse é um pedaço da descrição da comunidade, a qual sou dono, e que homenageia o Rodrigo Ponce, vocalista). Pra quem acompanha meu dia-a-dia percebeu notoriamente o quanto o Colligere foi e é importante na minha vida, a começar pelo título do fotolog, um pedaço da letra de “Remorso” e pelas frases que costumo exaltar em meus posts, ou mesmo nos nicks do msn em que cito as letras do Colligere, ou até ouvindo as músicas no mp3. Podem apostar que o Colligere é influência da Faina e não poderia ser diferente.
Frases marcantes, verdadeiros tapas na cara. Agora restam áudios e muitas letras que funcionam como verdadeiros livros para quem quer. E o que mais me amargura talvez nem seja o triste fim, e sim o fato de eu nunca ter ido a um show dos caras. Constantemente me deparo com aquela velha frase, e o fim do Colligere me motivou mais uma vez a usá-la: “Onde buscarei paixão pra conceber novas idéias?”.
O Rodrigo Ponce parecia prever o fim do Colligere quando um dia escreveu: “'algu

mas coisas enchem seu peito como um sopro e como um sopro elas vão embora...”, pedaço da letra “A aplicação poética do materialismo”. Ele já preveria que mais cedo ou mais tarde o fim poderia acontecer. Outrora ele escrevia: “silenciar nem sempre é igual a morrer...”, mais um pedaço da letra de “Remorso”.
Agora irei me aproveitar de versos que uma garota escreveu na comunidade da banda: “Fim de uma história, fim de uma alegria, fim de bons momentos, fim de canções feitas com o mais puro sentimento, fim de um sopro de vida, fim de uma motivação, fim de uma dignidade, fim de um caráter, fim do Colligere.”
Talvez o fim da banda seja proveniente de versos que já foram escritos um dia, pelo próprio Rodrigo Ponce... “No final é apenas uma questão de aceitar as regras, abrir mão de algumas coisas para ter outras... A conveniência se impõe sobre a liber
dade e o poder sobre a vontade.”. Ainda prefiro acreditar que silenciar nem sempre é igual a morrer! E que nós poderemos ter outras motivações para a mesma coincidência! Tudo pode ser um novo começo. Que fique as músicas, a influência, principalmente no âmbito de exaltar visões críticas. E o Colligere é mais uma das bandas que entram pra saga das grandes que se vão. Como cinco vontades...