domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista com Iago Barreto: Faina e o Underground cearense


Bem, recentemente fui cobaia de algumas alunas de jornalismo da Unifor (Universidade de Fortaleza). A missão: fazer uma revista com alguns temas pré-definidos. Elas escolheram a cena underground cearense como um deles, assim como a entrevista com a Faina, por fazer parte da cena cearense. Eu, como bom cobaia, respondi com toda atenção a todas as perguntas que me foram feitas, eis elas:

Quando e como surgiu a idéia da banda?

Bom, partiu de mim (Iago), que em meados do ano de 2004 passei a ouvir Hardcore. Por ser um som que carrega bastante energia, e bastante estimulante, me senti motivado a convidar amigos pra realizar aquele sonho de adolescente. Sonho este, que só veio se concretizar em novembro do ano de 2006, quando a banda surgiu.

O que significa o nome da banda e como foi escolhido?

O nome Faina surgiu de uma prova de literatura que eu fazia quando tinha 15 anos, na época (meados de 2004) eu começava a ouvir Hardcore, como dito anteriormente. Na prova havia a palavra ''faina'' em um texto literário, e o significado logo abaixo ”trabalho árduo/ trabalho prolongado”, e vem do latim eu acho ou do próprio português, não sei ao certo. O certo é que fiquei com isso em mente e gravei comigo mesmo ''minha primeira banda se chamará Faina''. O nome foi unânime entre os componentes da primeira formação da banda, pois eu nunca quis um nome em inglês, até porque seria um som tocado com letras em português, e por não assimilar a idéia de “americanização” das bandas brasileiras. Então: “Faina” um nome português e com um significado legal, ”trabalho árduo/ trabalho prolongado”, e uma banda em si é um trabalho prolongado, que demora anos se aperfeiçoando, e mesmo assim nunca se considera ideal, nada melhor, Faina.

Qual o estilo e as influências da banda?

O rótulo é algo bem claro pra nós, pois qualquer um que ouça nosso som dirá: “- Essa é uma banda de Hardcore”. E é isso, somos uma banda, sobretudo, de Hardcore. Porém em meio ao nosso som encontramos diversas influências de diferentes vertentes do rock, até pelas influências que formam cada um de nós componentes.
Falar de influências seria algo extenso, se formos pensar no contexto de cada um de nós. Mas não posso deixar de citar influências do estilo no nosso som. No âmbito nacional temos influência de bandas como: Dead Fish, A-OK, Switch Stance, Mutação, Colligere. Em uma abrangência internacional eu poderia citar os clássicos Bad Religion e Pennywise.

Onde a banda costuma tocar (bares, boates, festivais, casas de show, etc.)?

Habitualmente costumamos tocar no Hey Ho Rock Bar, o bar mais conhecido da cena alternativa de Fortaleza. Mas já participamos de festivais em outras casas de show, como o próprio Reggae Club (que fica na mesma Rua do Hey Ho), no Teatro Marista e até no Night Bar. Aonde estiverem chamando, estamos tocando!

Já apareceram em alguma mídia (televisão, jornal, rádio)?

Sim, uma vez tocamos em um programa da TV União intitulado “Eco TV”. Um programa bastante interessante de consciência ecológica que abre espaço para as bandas locais se apresentarem de forma acústica (de todos os estilos, do pagode ao rock). Tocamos algumas músicas do nosso primeiro trabalho de forma acústica, violões associados à voz.

Vocês se consideram alternativos (underground)? Por quê?

Somos uma banda Underground sim. Pois fazemos um som crítico, que foge dos padrões comerciais pré-estabelecidos, ou seja, “No Mainstream”, e mantemos uma postura ética perante o som que fazemos.

O que é ser alternativo/underground pra você?

É, sobretudo, fazer um som de atitude, que fuja dos padrões comerciais pré-estabelecidos e dos modismos tão habituais nos dias de hoje (Mainstream). Organizar eventos por conta própria também é bastante válido (Do It Yourself). E, associado a isso, manter uma postura ética perante o som que se faz, manter-se firme, uma questão de conduta.

Como você vê o cenário da música underground de Fortaleza? É bem desenvolvido? O que falta?

Bem, aqui em Fortaleza a cena é realmente carente se comparada a cidades como São Paulo (SP), por exemplo. Existem muitas bandas na ativa, não só na "elite" como também nas periferias. A cena funciona tanto nas periferias como nos locais “elitizados”, onde ocorrem eventos de diversos estilos, em que há uma verdadeira mescla das bandas de diversas vertentes do rock. Bandas de punk/hardcore, por exemplo, dividem palco com bandas de alternativo, emo, grunge, hard rock, metal, etc. Não costuma haver com muita freqüência eventos voltados pro mesmo estilo de rock. O Hey Ho é um monopólio, visto por muitas bandas como um “sonho”. Lá ocorrem constantemente muitos festivais de rock de diversos estilos, porém não é tão acessível para toda e qualquer banda que deseje tocar lá, talvez por isso seja visto como um “sonho”.
Há locais “elitizados” como o Reggae Club, que a princípio era uma casa de show voltada somente ao Reggae, mas de dois anos pra cá, aberta também aos rock’s, mesmo que de forma não habitual. Há também o “Mocó Stúdio” que fica na mesma Rua do Hey Ho e do Reggae Club (Rua José Avelino). Podemos levar em consideração a proximidade dessas casas de show, todas situadas na Praia de Iracema (Dragão do Mar), e por isso citei a palavra “elitizados”.
Há também os locais distantes da elite onde costumam ser realizados eventos de rock, tais como o Night Bar (Bairro Henrique Jorge), Clube Santa Cruz (localizado no centro da cidade), etc.
O que falta é uma maior integração entre bandas, não apenas almejando uma união, como também visando fazer eventos por conta própria, muitas vezes considerados ausentes. Querendo ou não, algumas vezes se submeter aos produtores não é favorável. Pois alguns deles visam o dinheiro, e não o festival como uma integridade. Portanto deve haver união recíproca por parte das bandas.

Como é a convivência com outras bandas e outros estilos como o Heavy Metal, por exemplo?

A convivência é boa, pelo menos da minha parte, já fiz amizade com muitas pessoas que tem bandas de diversos estilos de rock diferentes. Em um aspecto geral o que observo é uma tendência a amizade, troca de idéias, etc. Até porque pra cena funcionar umas dependem das outras, numa relação mútua.

É ou já foi vítima de qualquer forma de preconceito?


Sim, de pessoas leigas. Os leigos no assunto (geralmente não roqueiros) costumam confundir bandas de Hardcore em sua real essência com o som “emo”. Já ocorreu de pessoas que não entendem nada de rock, chegarem pra mim e perguntarem se sou “emo”. Talvez fosse brincando, mas o tom foi sério. Apenas disse que não era, e que minha banda tocava Hardcore, um som, sobretudo, de muita atitude que foge de padrões comerciais como o “emo”, por exemplo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Brasil: Ensino público x Ensino privado



Há uma clara distinção entre ensino público e ensino privado no Brasil. No ensino público não existe qualidade sob nenhum aspecto, e além de uma má qualidade de ensino, há desordem e ocorrem greves de professores constantemente, o que contribui de forma negativa para o agravamento da situação do ensino público no Brasil.
O ensino privado brasileiro na grande maioria das escolas é bom, porém custa dinheiro. Associado a isso podemos levar em consideração a má distribuição de renda no Brasil, o que contribui para maior opressão dos excluídos, que terão que se conformar com ensino de má qualidade, e futuro incerto.