segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Underground.

Talvez quem tenha uma banda que esteja fora dos meios comerciais e afins, entenda este termo. Talvez nem saiba explicar o que realmente significa, mas por viver aquilo, acaba meio que captando o que é a parada meio que inconscientemente.
O que é então o ser/fazer underground nesse meio tão super lotado de bandas? É sobretudo fazer um som de atitude, que fuja dos padrões comerciais pré-estabelecidos e dos modismos tão habituais nos dias de hoje (No mainstream). Organizar eventos por conta própria também é bastante válido (Do It Yourself). E, associado a isso, manter uma postura ética perante o som que se faz, manter-se firme, uma questão de conduta. Ao conjunto de bandas que fogem de padrões comerciais e mantém essa "postura", podemos chamar de "cena underground" ou ''movimento underground", como queiram (se formos comparar, é meio que uma contra-cultura dos anos 60, porém menos ativista).
Dentro dele não é tão fácil se sobressair, pois muitas vezes passará por situações desagradáveis, como por exemplo: passar pelas mãos de produtores picaretas, que só visam o lucro; tocar em eventos em que não há colaboração e nem união por parte das bandas, e que irão hesitar em te emprestar uma simples peça de bateria por exemplo; tocar pra um número baixíssimo de pessoas; pagar ensaios, gravações, instrumentos, e até ingressos pra poder tocar em determinados eventos; ausência de apoio familiar. Enfim, não é nada fácil.E você se pergunta, qual a razão de tudo isso? Se você sabe que não te trará nenhum bem material. E você responde a si mesmo: "eu sou amo isso, não tem como fugir disso".

Segue o verso final da música ''individualismo de massa" da banda capixaba Dead Fish (maior nome do hardcore nacional):

"Sou branco, sou preto
Sou fraco, sou forte
Sou punk, sou banger, sou skater, sou underground
Sou fraco, sou forte
Sou branco, sou preto
Sou skater, eu sou rapper, sou tudo
Sou nada, eu sou nada, eu sou nada,
Eu sou underground
Ahhhhh, Ahhhh"